Iremos até onde for preciso. Segurou minha mãozinha pequena e me ensinou
o caminho.
Abri minha palma e encostei na dela;21 cm dizia ela,21cm de palmo bem
estendido e cuidado. Sobre a égide daquela mulher a criança cresceu, fez-se homem,
e ela, velha, bem idosa contemplava aquelas garras dóceis, gentis deslizando
mansinho em sua face, estacando de quando em vez pra acariciar e admirar uma
ruga.
-Essa aqui como surgiu?
-Não lembro... Faz tantos anos.
-E, esta?
-Quem é você meu jovem?
Não conseguiu responder. As próprias lembranças falavam por ambos ,gritavam,
urravam. Mirou bem aquela senhora... Fundo nos olhos adentrou sua alma.
-Lembro-me de você. Tão bonito. É mesmo você não é?
Por um instante senti como se ela submergisse das profundezas do lago...
Queria admirá-la boiando nas águas, desfilando seus lindos cabelos
prateados.Ouvi apenas:
-Quem é você?
-Meu nome não importa. Peguei sua mão como fazia antigamente e estendi
sobre a minha. Vi as lágrimas rolarem em profusão dos seus olhos meigos. Ela
morreu diante de mim. Fomos até onde foi preciso.
Daquelas lágrimas... Nunca esquecerei.
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