segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dedicatória


Iremos até onde for preciso. Segurou minha mãozinha pequena e me ensinou o caminho.

Abri minha palma e encostei na dela;21 cm dizia ela,21cm de palmo bem estendido e cuidado. Sobre a égide daquela mulher a criança cresceu, fez-se homem, e ela, velha, bem idosa contemplava aquelas garras dóceis, gentis deslizando mansinho em sua face, estacando de quando em vez pra acariciar e admirar uma ruga.

-Essa aqui como surgiu?

-Não lembro... Faz tantos anos.

-E, esta?

-Quem é você meu jovem?

Não conseguiu responder. As próprias lembranças falavam por ambos ,gritavam, urravam. Mirou bem aquela senhora... Fundo nos olhos adentrou sua alma.

-Lembro-me de você. Tão bonito. É mesmo você não é?

Por um instante senti como se ela submergisse das profundezas do lago... Queria admirá-la boiando nas águas, desfilando seus lindos cabelos prateados.Ouvi apenas:

-Quem é você?

-Meu nome não importa. Peguei sua mão como fazia antigamente e estendi sobre a minha. Vi as lágrimas rolarem em profusão dos seus olhos meigos. Ela morreu diante de mim. Fomos até onde foi preciso.

Daquelas lágrimas... Nunca esquecerei.

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