Que bagunça! A chave caindo da mesinha, o lápis... Sim, mas
onde deixei o lápis? Como escrever isto? Recorrerei ao computador! Pronto estou
salvo.
-Mano você poderia me dar licença... Preciso escrever algo
importante.
Ele não me ouviu, continuou naquele joguinho idiota. Arranquei
a tomada do estabilizador e pifei a máquina. Agora nem eu nem ele.
-Justo quando que eu estava passando de fase! Sei não, tu só
tem caraminhola na cabeça, fica escrevendo essas sandices, quem vai ler?
-Você que não é. Aposto que nem ler direito sabe.
Saiu cuspindo fogo. E agora estava sem lápis ou computador;
ideias martelando na mente, prontas pra serem escritas, gritavam;
-Vocês podem calar um pouco a boca?
Elas não respondiam as minhas indagações, ficavam com o
mesmo disco arranhado, o mesmo principio, meio e fim de um conto que pelo visto
não seria escrito. Fiquei ali cismando na madrugada fria de junho...Como por
minhas palavras em ação? Estavam agitadas, irritadas e eu com cada vez mais
sono.
-Mano! Usa o gravador...
Parecia uma boa ideia.
Gravador em punho, as palavras entalaram na garganta,
impedidas por algum gênio ruim.
-E agora? Seria seu fim antes mesmo do principio? Seria meu
primeiro conto no blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário