sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quem vai ler?


Que bagunça! A chave caindo da mesinha, o lápis... Sim, mas onde deixei o lápis? Como escrever isto? Recorrerei ao computador! Pronto estou salvo.

-Mano você poderia me dar licença... Preciso escrever algo importante.

Ele não me ouviu, continuou naquele joguinho idiota. Arranquei a tomada do estabilizador e pifei a máquina. Agora nem eu nem ele.

-Justo quando que eu estava passando de fase! Sei não, tu só tem caraminhola na cabeça, fica escrevendo essas sandices, quem vai ler?

-Você que não é. Aposto que nem ler direito sabe.

Saiu cuspindo fogo. E agora estava sem lápis ou computador; ideias martelando na mente, prontas pra serem escritas, gritavam;

-Vocês podem calar um pouco a boca?

Elas não respondiam as minhas indagações, ficavam com o mesmo disco arranhado, o mesmo principio, meio e fim de um conto que pelo visto não seria escrito. Fiquei ali cismando na madrugada fria de junho...Como por minhas palavras em ação? Estavam agitadas, irritadas e eu com cada vez mais sono.

-Mano! Usa o gravador...

Parecia uma boa ideia.

Gravador em punho, as palavras entalaram na garganta, impedidas por algum gênio ruim.

-E agora? Seria seu fim antes mesmo do principio? Seria meu primeiro conto no blog.

Nenhum comentário:

Postar um comentário